Completo | Karl Heinrich Marx |
Nascimento | 5 de Maio de 1818, Tréveris, Renânia-Palatinado Alemanha |
Morte | 14 de março de 1883 (64 anos), Londres, Inglaterra Reino Unido |
Nacionalidade | |
Ocupação | Economista, sociólogo, historiador e filósofo |
Magnum opus | O Capital |
Escola/tradição | Marxismo (co-fundador, junto com Engels) |
Principais interesses | Sociologia, economia, história, política, teoria social, ideologia |
Idéias notáveis | transição gradual para o comunismo, ditadura do proletariado,materialismo histórico, materialismo dialético, socialismo científico, modo de produção, mais-valia, luta de classes, teoria marxista da ideologia, teoria marxista da alienação |
Influências | Spinoza, Kant, Hegel, Feuerbach, Rousseau, Vico, Robert Owen, Charles Fourier,Dante, Goethe, Ésquilo, Balzac, Adam Smith, David Ricardo, Proudhon |
Influenciados | Marxistas, Mikhail Bakunin, Karl Kautsky, Antonio Labriola, Benedetto Croce, Rosa Luxemburgo, Leon Trotsky, Vladimir Lênin, Georg Lukács, Henri Lefebvre,Antonio Gramsci, Lucien Goldman, Max Weber, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Erich Fromm, Louis Althusser, Guy Debord,Galvano Della Volpe, Lucio Colletti, Domenico Losurdo, Slavoj Zizek, Jon Elster,Claude Lévi-Strauss, Bertold Brecht, Jean-Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty, Fredric Jameson, Terry Eagleton, Eric John Hobsbawm, E. P. Thompson,Marshall Berman, Peter Dews, Fernand Braudel, Wilhelm Reich |
Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia,Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura,Geografia e outras. Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.[1]
Karl Marx foi o 7º de sete filhos, de origem judaica declasse média da cidade de Tréveris, na época noReino da Prússia. Sua mãe, Henri Pressburg (1771–1840), era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx(1759–1834), um advogado e conselheiro de Justiça. Herschel descende de uma família de rabinos, mas se converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etniajudaica no serviço público, quando Marx ainda tinha seis anos.[2] Seus irmãos eram Sophie (d. 1883), Hermann (1819-1842), Henriette (1820-1856), Louise (1821-1893), Emilie (adotado por seus pais), Caroline (1824-1847) e Eduard (1834-1837).
Karl Marx adolescente |
Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Ingressou mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor.[2] Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, que era liderado por Bruno Bauer. Ali perdeu interesse pelo Direito e se voltou para a Filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. Seu pai faleceu neste mesmo ano.[2] Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com uma tesesobre as "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro".[2] Impedido de seguir uma carreira acadêmica,[3] tornou-se, em1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província de Colônia;[4] conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita deste a redação do jornal.[2]
Envolvimento político
Em 1843, a Gazeta Renana foi fechada após publicar uma série de ataques ao governo prussiano. Tendo perdido o seu emprego de redator-chefe, Marx mudou-se para Paris. Lá assumiu a direção da publicação Anais Franco-Alemães e foi apresentado a diversas sociedades secretas de socialistas. Antes ainda da sua mudança para Paris, Marx casou-se, no dia 19 de junho de 1843, com Jenny von Westphalen,[2]a filha de um barão da Prússia com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários.[5] (Noivado que foi mantido em sigilo durante anos, pois as famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união.[6])
Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor,Laura e Guido, além de um natimorto. Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a que a família estava submetida.[7] Marx também teve um filho nascido de sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família Marx, Helena Demuth. Solicitado por Marx, Engels assumiu a paternidade da criança, Frederick Delemuth, e pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro proletário de Londres [8]
No tratamento pessoal — Leando Konder ressalta — Marx foi produto de seu tempo: "Antes de poder contestar a sociedade capitalista Marx pertencia a ela, estava espiritualmente mais enraizado no solo da sua cultura do que admitiria", e que diante dos padrões da Inglaterra vitoriana mostrou: "traços típicos das limitações de seu tempo". Como moças aristocráticas, suas filhas tinham aulas de piano, canto edesenho, mesmo que não tivessem desenvoltura para tais atividades artísticas.[8]
Também em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-ia Liga dos Comunistas).[2]Em 1844, Friedrich Engels visitou Marx em Paris por alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se iniciou nesse período, só seria interrompido com a morte de Marx.[5] Na mesma época, Marx também se encontrou com Proudhon, com quem teve discussões polêmicas e muitas divergências. E conheceu rapidamente Bakunin, então refugiado do czarismo russo e militante socialista. No seu período em Paris, Marx intensificou os seus estudos sobre economia política, os socialistas utópicosfranceses e a história da França, produzindo reflexões que resultaram nos Manuscritos de Paris, mais conhecidos como Manuscritos Econômico-Filosóficos. De acordo com Engels, foi nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas.[5]
De Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação chamada Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por conta disto, Marx foi expulso da França em 1845 a pedido do governo prussiano. Migrou então para Bruxelas, para onde Engelstambém viajou.[5] Entre outros escritos, a dupla redigiu na Bélgica o Manifesto comunista. Em 1848, Marx foi expulso de Bruxelas pelo governo belga. Junto com Engels, mudou-se para Colônia, onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana.[2] Após ataques às autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de Colônia em 1849. Até 1848, Marx viveu confortavelmente com a renda oriunda de seus trabalhos, seu salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada por seu pai.[6] Entretanto, em 1849 Marx e sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo francês proibiu-os de fixar residência em seu território. Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por Ferdinand Lassalle na Alemanha, Marx e família conseguem migrar para Londres, onde fixaram residência definitiva.[2]
Morte
Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em Dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite epleurisia, que causaram o seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida,[9] no Cemitério de Highgate, em Londres.[2]
Muitos dos amigos mais próximos de Marx prestaram homenagem ao seu funeral, incluíndo Wilhelm Liebknecht e Friedrich Engels. O último declamou as seguintes palavras:[10]
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| ” |
Em 1954, o Partido Comunista Britânico construiu uma lápide com o busto de Marx sobre sua tumba, até então de decoração muito simples.[11] Na lápide encontram-se inscritos o parágrafo final do Manifesto Comunista ("Proletários de todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo."[12][13]
Primeiros experimentos literários (1835 a 1837)
- Título original: Die Union der Gläubigen mit Christus Laut Joh 15
- Ano: 1835
- Título original: Gefühle
- Ano: 1836
- Título original: Meine Welt
- Ano: 1837
- Título otiginal: Aufruf eines Verzweiflung
- Ano: 1837
- Título original: Szenen aus Oulanem - Tragödie
- Ano: 1837
- Título original: Umwandlung
- Ano: 1837